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Araruna

      A Sociedade de Danças Antigas e Semidesaparecidas Araruna, mais conhecida como Araruna, é um grupo de dança folclórica de Natal no Rio Grande do Norte, na região Nordeste do Brasil. Iniciou suas atividades em 1949 quando o Mestre Cornélio (o seu fundador) utilizava o quintal de sua casa para os ensaios do grupo. Djalma Maranhão e Luiz da Câmara Cascudo foram grandes incentivadores do Araruna, tendo sido o primeiro que doou o local para construção da atual sede do grupo, localizada a Rua Miramar, bairro das Rocas. Foi Cascudo quem sugeriu o nome Araruna para o grupo.

 

     A dança Araruna tem influência das danças de salão, com origem europeia, mesclada com valsa, xote, dentre outros ritmos. Os homens vestem cartola e casaca e as mulheres longos vestidos e saias rodadas. O acompanhamento musical é feito por sanfona e pandeiro e algum outro instrumento de percussão, normalmente. O grupo possui quinze coreografias dentre elas: Camaleão, Jara, Beouro,Carangueijo, Maria Rita, Valsa, Mulher Rendeira, dentre outras.

Foto: Grupo Araruna. Fonte: Anchieta Xavier

      No ano de 2006 a prefeitura de Natal, via Fundação Capitania das Artes, fez uma homenagem aos 50 anos do Araruna por meio do lançamento de um CD intitulado: Araruna- 50 Anos de História.

 

        Em 2008 o Mestre Cornélio faleceu e desde então sua bisneta Geane Campina, vem tentando dar continuidade a este grupo que é de grande importância para a cultura local, mas que mesmo assim enfrenta grandes desafios para que sua tradição seja mantida. Geane cuida da manutenção dessa tradição e ensina à dezenas de adultos, jovens e meninos o legado de seu bisavô.

 

     Em uma conversa com Geane Campina, a mesma esclareceu algumas dificuldades que o Araruna enfrenta pra se manter e entre elas a falta de apoio, pois o grupo não recebe nenhuma ajuda de custo das esferas públicas, sendo assim só recebem cachê quando suas apresentações são contratadas, a Sede do Araruna está com problemas estruturais e não passa por uma reforma há mais de 50 anos, dentre outros problemas como dívidas em torno de 20 mil reais. Ao fim da conversa Geane desabafa “Se continuar assim o Araruna irá fechar suas portas”.

      Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), salvaguardar um bem cultural de natureza imaterial é apoiar sua continuidade de modo sustentável. É atuar no sentido da melhoria das condições sociais e materiais de transmissão e reprodução que possibilitam sua existência. Logo, seria de extrema importância para o Araruna que o mesmo passasse por esse processo, pois assim as dificuldades enfrentadas para preservar e transmitir essa tradição às novas gerações poderiam ser atendidas e a Sociedade de Danças Antigas e Semidesaparecidas Araruna teria seu devido reconhecimento como patrimônio cultural e assim permanecer vivo.

Grupo Araruna. Foto: Anchieta Xavier

Mestre Cornélio. Foto: Desconhecido

 

Autora: Marina Gabriely Oliveira e Silva

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