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Festa da Liberdade

Local: Festa da Liberdade na Estação das Artes em Mossoró-RN.  Foto: Clístenes Carlos.

        A Festa da Liberdade é um evento que destaca fatos e marcaram a liberdade do povo de Mossoró, nela acontecem diferentes espetáculo teatral que resgatam momentos históricos ocorridos na cidade em diferente épocas, dentre esses o “Auto da Liberdade” é uma das festividades mais tradicionais da Festa da Liberdade onde a Prefeitura de Mossoró junto à sua Secretária de Cultura resgata feitos históricos do povo mossoroense através da Festa da Liberdade. No entanto, para enfatizar ainda mais sobre esse festejo se faz necessário explanar brevemente sobre a cidade de Mossoró, que está situada no Estado do Rio Grande do Norte no Nordeste do Brasil e tem uma população estimada, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE em 2014, de 284.288 mil habitantes.

 

        Desse modo, todo ano é celebrado o Auto da Liberdade dentro da Festa da Liberdade, um evento que já faz parte do calendário social e mental do povo mossoroense sendo apresentado em quatro momentos: o Motim das Mulheres (1875) um movimento de protesto ocorrido em 31 de agosto de 1875 e defendia a bandeira contra a lei que obrigava o alistamento militar para os jovens, a Abolição da Escravatura que ocorreu em 30 de setembro de 1883, cinco antes da lei áurea.

 

        A luta para a libertação dos escravos do intenso trabalho e dos castigos físicos começou muito tempo antes.  Mossoró foi, em geral, o primeiro município potiguar a abolir a escravidão, a Resistência ao bando de Lampião (1883) momento histórico ocorrido na cidade que ficou como a única cidade do Nordeste a expulsar Lampião e o seu bando sem a ajuda das forças militares e unicamente com a participação do povo da cidade que se armou e abateu um dos mais importantes membros do bando de Lampião, um cangaceiro chamado de Jararaca. Desde então, a cidade ficou conhecida como a terra da resistência por causa da expulsão dos cangaceiros.

 

        Esses momentos fazem da festa o auge para o resgate do contexto cultural e histórico da cidade de Mossoró.

Local: Festa da Liberdade na Estação das Artes, Apresentação teatral do Auto    da Liberdade. 

Foto> Postada por Luciano Oliveira.

 

      Encenado ao ar livre, o Auto da Liberdade acontece no mês de junho e conta com a direção do renomado teatrólogo potiguar João Marcelino, o mesmo diretor do consagrado espetáculo Chuva de Bala no País de Mossoró. Esse trabalho teatral é protagonizado “pelos talentos da terra. Poucas cidades têm artistas tão capacitados e comprometidos como Mossoró e a Prefeitura valoriza essa classe”, declara o prefeito Francisco José Júnior.

 

 

      Os festejos ocorrem em diferentes locais da cidade como na Praça do Santo Antônio, Praça do Conjunto Abolição IV, Praça do Bairro Belo Horizonte, Praça do Conjunto Nova Vida, Praça de Convivência e na Praça de Eventos da cidade. 

 

 

Local: Festa da Liberdade na Praça do Conjunto Abolição IV encenando o Motim das mulheres.

Foto: Por elevare em Blog

 Grupos teatrais mostraram trabalho durante a apresentação da programação Foto: Wilson Moreno

        Esse evento faz parte da comemoração do calendário das festas em Mossoró, acontecendo do dia 24 a 27 do mês de setembro. Por meio da teatralização são designados como fatos importantes da história da cidade do Mossoró, compondo elementos importantes da construção da memória local e sua identidade evidenciada aos referenciais de liberdade e coragem da população mossoroense.

 

          Além do Auto da Liberdade, a Festa conta com outros destaques na programação, como o tradicional Cortejo da Liberdade, Seminário Novas Liberdades, Noite da Cultura, Show da Liberdade, Museu Sentimentos da Terra, Caminhada Histórica da Liberdade, Exposição de Fotografia Rememorando as Liberdades de Mossoró e Exposição de Arte Olhares Continentais.

        Esse espetáculo ocorre todo ano nos dias que precedem o 30 de setembro e celebra os quatro fatos que remontam ao pioneirismo da cidade como já supracitados.

 

      Esses fatos são encenados, através de um “espetáculo” teatral, e desde 1998 vem ganhando conotações de festa popular, pois além de divertir a população tem também a função didática de ensinar a história de Mossoró, fazendo com que sua população valorize seu passado e sua memória.

Auto da Liberdade sai da rua para o teatro

Auto da Liberdade Ontem apresentando Libertação dos escravos. Foto: www.masterfestas.com

   O espetáculo “Auto da Liberdade” além de continuar com suas apresentações nas ruas também passa a ter apresentações no Teatro Municipal Dix-Huit Rosado. Em um determinado momento a peça deixou o espaço aberto da Estação das Artes e se instalou no moderno ambiente fechado do teatro, com ótimos resultados, segundo Marcelino.

 

    Desse modo, no teatro o público ganhou conforto para assistir as apresentações, e a montagem das peças teatrais adquiriu mais agilidade por parte de seus organizadores, já que a cidade dispõe de toda a tecnologia para acertar com um evento desse em um novo espaço que é o teatro. O diretor também destaca a vantagem de ter sido sua mais longa temporada com o espetáculo. “O ator tem mais espaço para se dedicar, atuar e aprender”, ressalta o diretor João Marcelino.

Auto da Liberdade Atualmente em apresentação da Resistência ao Bando de Lampião com nova configuração teatral. Foto: tribunadonorte.com.br

 

        Por fim, Além de festejar o ensino da História Local que faz parte dessa festa enquanto espaço que congrega lembranças e produz sentidos, também ensina o povo de Mossoró a importância do seu passado, essa proposta é associada à legitimação do ideal de que a família rosado tem a grande importância de ser "guardiã dessa História" é o que poderíamos chamar de espetacularização da História e sua materialização no cotidiano, é a construção de uma “verdade histórica”, calcada no discurso da (re)afirmação e resistência.(Dantas, 2013  Silva, 2009).

 

        Assim sendo, a festa da liberdade que tem o Auto da Liberdade como foco vem se tornam um patrimônio cultural e imaterial para a população da cidade de Mossoró, pois esses eventos culturais ressaltam a representação da cultura de seus antepassados como identidade de um povo mossoroense, que lutaram por seus direitos como forma de liberdade e coragem.

 

        Enfim, é a partir das encenações teatrais apresentadas culturalmente no Auto da liberdade que se torna a cada momento significativa para a memória local e coletiva da população. Portanto, essa forte ramificação cultural vem sendo passada de geração em geração enfatizando a história e alguns fatos ao qual são elementos que contribuem para a formação da identidade local e a população toma para si como sua identidade. 

REFERÊNCIAS

CARVALHO, Sadraque Micael Alves de. Ensino de História e a formação da identidade social. ANPUH – XXV SIMPOSIO NACIONAL DE HISTÓRIA - Fortaleza- CE, Graduado em História pala Universidade Federal do Rio Grande do Norte- UERN. Disponível em: <http://anpuh.org/anais/wp-content/uploads/mp/pdf/ANPUH.S25.0645.pdf>. Acesso em: 07 de Mar. 2015

 

BRANDÃO Thadeu de Sousa. Festa e identidade no “país de Mossoró”: uma contribuição para a sociologia do turismo. Turismo: Estudos e Práticas - UERN, Mossoró/RN, vol. 1, n. 2, jul./dez. 2012 [ISSN 2316-1493]. Disponível em: <  http://periodicos.uern.br/index.php/turismo.http://www2.uern.br/index.php/turismo/article/viewFile/334/223>.   Acesso em: 10 de Mar. 2015

 

DANTAS Elynaldo Gonçalves. Histórias que (re)criam Mossoró: identidade “costurada” a partir de discursos transmitidos pelo Auto da Liberdade. Vânia Juçara da Silva- Graduada História Licenciatura-UFRN - Mestrando História-UFRN. Disponível em:  <http://www.rn.anpuh.org/evento/veeh/ST07/Historias%20que%20(re)criam%20Mossoro%20Identidade%20costurada%20a%20partir%20de%20discursos%20transmitidos%20pelo%20Auto%20da%20Liberdade.pdf>.  Acesso em 18 de Mar. 2015

FRANÇA Tádzio.  A capital cultural temporária. TRIBUNA DO NORTE, Publicação: 2011-09-28 00:00:00. Disponível em: <http://tribunadonorte.com.br/noticia/a-capital-cultural-temporaria/197428>. Acesso em: 18 de Mar 2015.

Autor: MOISÉS THIAGO DA SILVA MAIA

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